segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

I'm not there

Realmente acho admirável a capacidade que o ser humano tem pra desvendar os mistérios da alma e da vida alheias. Ok, eu também sou excelente pra resolver os problemas dos outros e deixar os meus lá, na caixinha.

Então, uma penca de gente tem o hábito de resolver minha vida como mãe, sabe? Começando pela clássica pergunta
"COMO É QUE VOCÊ AGUENTA?" quando digo que minha filha não mora comigo e sim com minha mãe, há 500km daqui. Aí sempre tem um gênio que emenda "eu não sei o seu caso, sua situação, MAS EU... mimimi". Então, OLHA SÓ, se você NÃO SABE o que acha de NÃO DAR SUA DISPENSÁVEL OPINIÃO? (Mais uma das respostas que ficam na ponta da minha língua imaginária...)

Mea culpa: também dou minha opinião sem ser solicitada, às vezes. Normalmente, é sobre algo banal. E eu, como boa Drama Queen que sou, tenho vários
calcanhares de aquiles. O que para a maioria pode ser "ok", pra mim é algo realmente complexo. E levo pro pessoal sim. Se diz respeito a minha pessoa, a minha vida, não é pessoal então? E não tem nada demais em ser pessoal, ser pessoal é bão às vezes, porque parece que você se importa, de um jeito meio torto... En-fim.

Então assim: eu não compartilho muito o
assunto maternidade, pois, tudo aquilo que é DURO pra mim, evito comentar. Acho que só escrevi um pouco sobre isso duas vezes. Uma está aqui. Aí tem aquela ala que me rotula como a "irresponsável que deixa a filha com a mãe pra farrear com as bichas em Curitiba ou putiar em terras mais ao sudeste". A velha caetaneada de que "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é" encaixa-se perfeitamente aqui. Porque EU SEI o quanto é difícil fazer certas escolhas e arcar com todas as consequências delas. EU SEI os pulos que preciso dar, a imensa lista de material escolar que tenho em minhas mãos, a dificuldade que é SÓ minha família arcar com as despesas financeiras... Porque, quer alguns aceitem ou não, criança dá trabalho e MUITO gasto sim! EU SEI o que estou perdendo, as apresentações de escola em que não estou presente, o aniversário ausente. Ou seja: já é auto-julgamento diário o suficiente.

Mas
EU SEI o quanto é legal acompanhar uma criança crescendo, falando coisas inimagináveis para uma menina de 4 anos (Discovery Kids = Vida) e, no fim das contas, dizendo que está com uma saudade deeeseee tamaaanhãooo assim ó!

E mesmo com festinha do fio azul, livrinho de 2,99 e mais um monte de histórias que o grande público desconhece,
EU SEI a quantidade de erros e acertos que tem nisso tudo. Pra quem sabe, ótimo. Pra quem não sabe, pergunte. Já que, se depender de mim, dificilmente dividirei.

3 comentários:

  1. Por isso que eu sou a favor do corte. Virar pra você e dizer o que você deveria estar fazendo ou não é uma tremenda falta de respeito. Se a pessoa acha que você é uma mãe cruel e irresponsável, por que continua falando com você? Se confia no teu julgamento, pra que entrar num assunto doloroso e te encher de culpa?

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  2. que nem a Pher disse, mas com um pouco menos de paciência e sem nenhuma educação: fodam-se os outros.
    ;)

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  3. O problema é que as pessoas estão sempre esperando que a gente siga "modelinhos". Quando você sai deles vira uma espécie de ameaça para a ordem estabelecida e a pressão é forte. Mas como diz a Quéroul: fodam-se os outros.

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