sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Always the bride's maid, never the bride


Um pé de goiaba, uma colcha estampada e alguns brinquedos espalhados. E esse foi nosso mundo durante muitos anos. Quando chovia, as cadeiras brancas de metal com seus estofados vermelhos, serviam de "armação" para a mesma colcha e ali, na garagem da casa da Rua Presidente Bernardes, montávamos nossa cabaninha. Provavelmente muitos dos melhores momentos da minha vida, passei naquele lugar.

Daqui 8 dias, minha prima-irmã subirá ao altar da igreja, no mesmo lugar onde quero casar um dia. Porque sim, a dama-de-honra aqui sonha com todo esse protocolo. Sim, já tive aquelas fases em que dizia que não ia casar, não ia ter filhos. Ou que, imaginava, aos 25 anos estaria casada, aos 28 seria mãe. Inverti um pouco a ordem das coisas, eu sei.

Casamentos sempre exercem um fascínio em mim. O que vem antes é quase tão divertido quanto cerimônia e festa na minha opinião: gosto da cotação de buffet, bebidas, escolher entre banda e DJ, selecionar músicas, pensar na entrada dos padrinhos, das daminhas, dos noivos... E até no que se pode fazer no chá de panela ou lingerie.

E eu, standard que só vendo, choro em casamentos. Choro só de pensar, de lembrar de tantas histórias, de tantos planos. E choro, claro, de felicidade. Porque são as pequenas coisas que também tornam tudo isso tão maravilhoso: é você se sentir querido, se sentir parte.

Outro dia, li por aí que, no fundo-no fundo (e em alguns, nem tão fundo assim) os homens querem mulheres carentes, afetuosas e submissas. Não sei se por auto-referência ou simples precipitação, todos os seres do sexo masculino foram colocados na mesma panela. Posso até achar que boa parte dos homens pense dessa maneira. Mas sempre existem aqueles que não precisam competir fulltime. Que se somam com suas respectivas. Que ainda me dão esperanças de poder casar com os pés na areia e entrar com AQUELA música rumo ao altar.

E, claro, contradizer a frase-título dessa postagem.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

I'm not there

Realmente acho admirável a capacidade que o ser humano tem pra desvendar os mistérios da alma e da vida alheias. Ok, eu também sou excelente pra resolver os problemas dos outros e deixar os meus lá, na caixinha.

Então, uma penca de gente tem o hábito de resolver minha vida como mãe, sabe? Começando pela clássica pergunta
"COMO É QUE VOCÊ AGUENTA?" quando digo que minha filha não mora comigo e sim com minha mãe, há 500km daqui. Aí sempre tem um gênio que emenda "eu não sei o seu caso, sua situação, MAS EU... mimimi". Então, OLHA SÓ, se você NÃO SABE o que acha de NÃO DAR SUA DISPENSÁVEL OPINIÃO? (Mais uma das respostas que ficam na ponta da minha língua imaginária...)

Mea culpa: também dou minha opinião sem ser solicitada, às vezes. Normalmente, é sobre algo banal. E eu, como boa Drama Queen que sou, tenho vários
calcanhares de aquiles. O que para a maioria pode ser "ok", pra mim é algo realmente complexo. E levo pro pessoal sim. Se diz respeito a minha pessoa, a minha vida, não é pessoal então? E não tem nada demais em ser pessoal, ser pessoal é bão às vezes, porque parece que você se importa, de um jeito meio torto... En-fim.

Então assim: eu não compartilho muito o
assunto maternidade, pois, tudo aquilo que é DURO pra mim, evito comentar. Acho que só escrevi um pouco sobre isso duas vezes. Uma está aqui. Aí tem aquela ala que me rotula como a "irresponsável que deixa a filha com a mãe pra farrear com as bichas em Curitiba ou putiar em terras mais ao sudeste". A velha caetaneada de que "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é" encaixa-se perfeitamente aqui. Porque EU SEI o quanto é difícil fazer certas escolhas e arcar com todas as consequências delas. EU SEI os pulos que preciso dar, a imensa lista de material escolar que tenho em minhas mãos, a dificuldade que é SÓ minha família arcar com as despesas financeiras... Porque, quer alguns aceitem ou não, criança dá trabalho e MUITO gasto sim! EU SEI o que estou perdendo, as apresentações de escola em que não estou presente, o aniversário ausente. Ou seja: já é auto-julgamento diário o suficiente.

Mas
EU SEI o quanto é legal acompanhar uma criança crescendo, falando coisas inimagináveis para uma menina de 4 anos (Discovery Kids = Vida) e, no fim das contas, dizendo que está com uma saudade deeeseee tamaaanhãooo assim ó!

E mesmo com festinha do fio azul, livrinho de 2,99 e mais um monte de histórias que o grande público desconhece,
EU SEI a quantidade de erros e acertos que tem nisso tudo. Pra quem sabe, ótimo. Pra quem não sabe, pergunte. Já que, se depender de mim, dificilmente dividirei.