quarta-feira, 29 de julho de 2009

Matreiro Vento Norte...

Pensei em esperar até a próxima semana, quando as coisas devem voltar mais ou menos pro eixo, para escrever alguma coisa. Mas, se você estivesse aqui nesse momento, entenderia o porque de colocar meus dotes de Rainha do Protelar em prática. São várias sacolas, algumas caixas e um daqueles sacos de guardar edredon, CHEIOS de roupas, calçados, dvds... Sim, já me xinguei 8947394 vezes por trazer toda essa quinquilharia que nem usei pra cá e, agora, levar tudo de volta.

Fora isso, mais duas malas. O bom é saber que essas coisas voltarão pra um lugar onde devem ficar por UM BOM TEMPO. Não direi que NUNCA deveriam ter saído de lá. Até porque, não sou o ser humano mais estável que conheço. Mas, o melhor é que poderei organizar tudo isso, comendo pão do Mercadorama. E, certamente, pensando: ANA PAULA, CHEGA DE SURTOS PELOS PRÓXIMOS, HUMMM, DOIS ANOS, TÁ?

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Mau Ator ou Idiota?

Sonhos de Uma Noite de Verão por Som e Fúria. Foto do site oficial.

Há uma semana estreou na Globo a minissérie Som e Fúria. Baseada em um seriado canadense e dirigida por Fernando Meirelles, é das melhores coisas que passa na tv aberta hoje em dia. Claro, a audiência é baixa. Mas não vou ficar de mimimi, debatendo sozinha sobre a falta de cultura do brasileiro, porque ninguém dá valor a produções de qualidade e que o povão merece mesmo é o esculacho do Toma-lá Dá-cá (são tantos hífens...).

Resumidamente, a obra conta os bastidores da Companhia do Teatro Municipal de São Paulo e das trocentas montagens shakespearianas que eles fizeram. E como as obras do dramaturgo inglês podem enlouquecer quem as encena. Eu não sou uma perita em seus textos centenários, nem paciência para assisti-lo nas mãos de Kenneth Branagh eu tive. Mas, se ATÉ Felipe Camargo ficou bom, acho que vale a "espiadinha". Além disso, o cenário é Sampa e eu fico me divertindo tentando adivinhar que-lugar-é-esse-que-tá-mostrando-agora. O que acaba por ser mais melancólico, lógico.

Na chamada que o plim-plim preparou, falam que dá pra encontrar Luxúria e Loucura na minissérie. Particularmente, vi muito mais a segunda característica. E isso não é ruim: torna tudo mais divertido e próximo da realidade. Em alguns momentos, até, reflexivo.

Entre um delírio e outro, flashbacks de um surto, situações mal-resolvidas, acredito que passamos a nos identificar um pouquinho com cada personagem. Dante (Felipe), o diretor idealista, maluco e talentoso. Ellen, (Andréa Beltrão) a atriz de meia-idade que vê o tempo passar e acredita que pode enganá-lo se beber da fonte de outros jovens. E Oliveira (Pedro Paulo Rangel), aquele que foi criativo e agora é apenas uma bee fantasmagórica. No sentido literal.

No fim das contas, o que fica é a trágica frase retirada de MacBeth e citada por alguns no decorrer da trama:
"A vida é só uma sombra: um mau ator que grita e se debate pelo palco, depois é esquecido; é uma história que conta o idiota, todo som e fúria, sem querer dizer nada". E, fora dos textos de Shakespeare, será possível levar a vida tanto como mau (às vezes, PÉSSIMO) ator, quanto como idiota?



domingo, 12 de julho de 2009

Grande Virada

Não sei se é a idade, situações vivenciadas nos últimos tempos ou apenas SACO CHEIO mesmo. Mas, conversando com um amiga dia desses, percebi que algumas insatisfações dela são semelhantes as minhas. Quando ela começou a falar sobre como pensava em "largar tudo, ir morar no litoral e viver de bolsa família" pois não aguentava mais "trabalhar 7 meses por ano pra pagar imposto e não ter dinheiro pra nada" até a questionei se conseguiríamos levar essa vida mais simples.



Então, em mais um dia daqueles, fui rever Jerry Maguire. Fiz isso há menos de 2 meses, no dia do meu aniversário. Passei as mais de duas horas do filme, praticamente, em prantos. Porém, hoje, chorei menos. E descobri que Cuba Gooding Jr. GRITANDO "Show me the money!!!" é algo que REALMENTE me irrita. Até questionei o Oscar que ele ganhou por ESSA interpretação.

Bom, voltando. Pra quem não lembra, Jerry Maguire é aquele filme com o Tom Cruise em que ele faz um agente de esportes. Em meio a uma crise de consciência, escreve uma declaração de metas. Nela, ele diz algo sobre ganhar menos dinheiro, atender menos clientes e dar mais atenção às pessoas. Na história tudo corre + ou - lindamente e a mãe solteira até casa com o cara de sorriso irresistível!

Romances hollywoodianos a parte, comecei a analisar o que essa amiga disse. E lembrei-me de como penso, nos últimos meses, que o melhor trabalho que tive foi como secretária, no escritório de arquitetura de um casal de amigos. O salário era 1/3 do que eu ganhava em meu último emprego e, mesmo assim, sinto uma falta danada do que fazia lá. Ainda me considero jornalista, acho que vou morrer jornalista. Só ando cansada de ficar buscando incessantemente por algo que, às vezes, nem sei o que é.

Outro dia, Lya Luft escreveu em sua coluna na Veja sobre essa procura, às vezes insana, pela felicidade. Reproduzirei três partes que achei incríveis abaixo. Quem quiser ler a coluna na íntegra,
clica aqui ó.

"Na dura obrigação de ser "felizes", embora ninguém saiba o que isso significa, nossos enganos nos dirigem com mão firme numa trilha de contradições. (...) A gente se imagina moderno, mas veste a camisa de força da ignorância e da alienação, na obrigação do "ter de": ter de ser bonito, rico, famoso, animadíssimo, ter de aparecer – que canseira. (...) Então vamos ao nosso grande recurso: a bolsinha de medicamentos. A pílula para dormir e a outra para acordar, a pílula contra depressão (que nos tira a libido) e a outra para compensar isso (que nos rouba a naturalidade), e aquela que ninguém sabe para que serve, mas que todo mundo toma. "



sábado, 11 de julho de 2009

Viva junto, morra sozinho

Live Together...

Há alguns dias o Tofi, nosso cocker spaniel que minha mãe encontrou no início de 1995 na rua, morreu. Pelas nossas contas, ele já devia estar com 15 anos. Foi, sem dúvidas, o cachorro mais bonito que tivemos. E o mais brabo também. Sim, ele já estava velho. E não posso dizer que fiquei aos prantos, porque ele estava sofrendo muito.

No fundo, senti alívio por não precisar levá-lo pra sacrificar. Passamos por nosso momento Marley & Eu, quando a coisa realmente ficou feia, mas ainda prefiro que a natureza faça sua parte. Podem me chamar de egoísta, mas não tenho estrutura psicológica pra carregar uma "culpa" dessas.

Tivemos alguns problemas para enterrá-lo já que meu pai ou algum funcionário sempre fez esse trabalho e ninguém estava na cidade para ajudar. Então, ao tentar (sem sucesso) fazer um buraco pra isso, tive - mais uma vez - o exemplo da, provavelmente, frase mais antológica de Lost: LIVE TOGETHER, DIE ALONE.

... die alone.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Das pequenas irritações

Então, já que fizeram o favor de citar minha alcunha num dos memes da vida, lá vou eu fazer um pela primeira vez. Esse vem do Caminhante, blog de uma das poucas pessoas que me dá a honra de comentar as abobrinhas que escrevo. Sim, isso é pra estimular [Flora, A Favorita] MAIS COMENTÁRIOS, MAIS COMENTÁRIOS! [/Flora, A Favorita].

O tema desse meme é uma coisa que TEM TUDO A VER comigo. As 5 bobagens que mais te irritam. E como tenho uma tendência masoquista, me irrito com um facilidade... Vamos lá?

- Centrais de atendimento ao cliente: Ok, nem entrarei no mérito de como todo o serviço é um lixo e de como os pobres funcionários surtam e tudo mais. A questão que me irrita mesmo é, quando ligo para uma dessas centrais de empresas de telefonia. No menu eletrônico, qual a PRIMEIRA informação que eles pedem? Que você digite o número de seu telefone. Aí você digita. Após gastar litros de Nutrisse - afinal já deu tempo do seu cabelo branquear – e ficar com Lesão por Esforço Repetitivo por digitar um milhão de números, um ser humano lhe atende. Qual a primeira coisa que o infeliz fala? "Seu número de telefone, por favor?"

- Links: Eu não sei qual parte de “NÃO ME MANDE LINKS” é difícil de entender, mas isso é algo realmente irritante quando acontece numa conversa no Msn. Especialmente se o link é porque o seu coleguinha tem preguiça de digitar a história e diz pra você “clica aí”. Também peguei um certo nojinho de Youtube por conta da avalanche de coisas sem graça que as pessoas me mandavam. Aí quando alguém diz “Você PRE CI SA ver isso” eu já penso que lá vem algo que, provavelmente, não preciso pra nada.

- Desvendando os mistérios da (MINHA) alma: Até eu, em certos momentos, banco a terapeuta de botequim. Mas, procuro ter sensatez de fazer isso quando solicitada. O que me irrita é o (ou a) caba diagnosticar cada pedacinho da minha personalidade com aquele ar superior de quem já sacou tudo. Paguei muita terapia e, DJI BOUA, acho que nem minha terapeuta sacou e ela era ótima. Sabe por que? Talvez não tenha NA-DA pra sacar.

- Escrever tudo junto sem pontuação alguma: Erros de escrita e fala, de maneira geral, me tiram do sério. Eu não escrevo tudo super certo, ainda mais depois que ideia e estreia deixaram de ter acento, mas usar um ponto e uma vírgula não cai o dedo de ninguém. Bônus: escrever AGENTE quando se conta algo que você e outras pessoas fizeram. AGENTE é de trânsito, de saúde...

- Campanhas Publicitárias: Plagiando Quéroul, sobre as propagandas disponíveis na Tv brasileira ultimamente. A Unilever parece perita em lançar coisas irritantes. Não são TODAS, mas aquelas bizarrices de casar elefante com centopéia, raposa com tamanduá e afins (todos pra divulgar um desodorizador de ambientes, que deve ser o mesmo que tem na casa do Pedrinho) é muito Ilha do Dr. Moreau pro meu gosto. Diz um amigo publicitário que esses comerciais são feitos no México e que pra eles isso é bem normal. Eu ein?

Consultório Sentimenal # 987390374


"Por favor, não vá ser grossa com ele, porque eu te conheço: quando você percebe que gosta de alguém [do sexo oposto] você começa a tratar a pessoa mal!". A frase foi proferida há uns 8 anos, mas, de certa forma, ainda vale para a atual conjuntura. Tenho a impressão que essa auto defesa ficou mais elaborada com o passar do tempo então deixei de ser vista apenas como "grossa" e passaram a me achar "auto suficiente".

Não lembro se foi sempre assim, acho que deveria consultar Vinícius que, ironicamente, mora em São Paulo agora. Será que nos tempos de Colégio Ideal eu o tratava com desdém? Terapeuticamente, isso explicaria muita coisa. Mas, como ele me desprezava muito mais, então posso usar isso como justificativa para minha
falta de polidez.


A verdade é que tento repelir tudo aquilo que considero maléfico para minha sanidade física e mental. Se eu percebo que meu envolvimento com determinada pessoa pode me trazer marcas que ela não se dá conta ser capaz de deixar passo a evitá-la. Alguns podem pensar: ok, se ela não dá a devida atenção, é por que gosta, certo? Não chega a ser exatamente isso, mas, minimizando, é por aí.

Se resolve? Claro que não. Se resolvesse eu não teria gasto minha 40ª postagem pra falar do assunto.