quarta-feira, 15 de julho de 2009

Mau Ator ou Idiota?

Sonhos de Uma Noite de Verão por Som e Fúria. Foto do site oficial.

Há uma semana estreou na Globo a minissérie Som e Fúria. Baseada em um seriado canadense e dirigida por Fernando Meirelles, é das melhores coisas que passa na tv aberta hoje em dia. Claro, a audiência é baixa. Mas não vou ficar de mimimi, debatendo sozinha sobre a falta de cultura do brasileiro, porque ninguém dá valor a produções de qualidade e que o povão merece mesmo é o esculacho do Toma-lá Dá-cá (são tantos hífens...).

Resumidamente, a obra conta os bastidores da Companhia do Teatro Municipal de São Paulo e das trocentas montagens shakespearianas que eles fizeram. E como as obras do dramaturgo inglês podem enlouquecer quem as encena. Eu não sou uma perita em seus textos centenários, nem paciência para assisti-lo nas mãos de Kenneth Branagh eu tive. Mas, se ATÉ Felipe Camargo ficou bom, acho que vale a "espiadinha". Além disso, o cenário é Sampa e eu fico me divertindo tentando adivinhar que-lugar-é-esse-que-tá-mostrando-agora. O que acaba por ser mais melancólico, lógico.

Na chamada que o plim-plim preparou, falam que dá pra encontrar Luxúria e Loucura na minissérie. Particularmente, vi muito mais a segunda característica. E isso não é ruim: torna tudo mais divertido e próximo da realidade. Em alguns momentos, até, reflexivo.

Entre um delírio e outro, flashbacks de um surto, situações mal-resolvidas, acredito que passamos a nos identificar um pouquinho com cada personagem. Dante (Felipe), o diretor idealista, maluco e talentoso. Ellen, (Andréa Beltrão) a atriz de meia-idade que vê o tempo passar e acredita que pode enganá-lo se beber da fonte de outros jovens. E Oliveira (Pedro Paulo Rangel), aquele que foi criativo e agora é apenas uma bee fantasmagórica. No sentido literal.

No fim das contas, o que fica é a trágica frase retirada de MacBeth e citada por alguns no decorrer da trama:
"A vida é só uma sombra: um mau ator que grita e se debate pelo palco, depois é esquecido; é uma história que conta o idiota, todo som e fúria, sem querer dizer nada". E, fora dos textos de Shakespeare, será possível levar a vida tanto como mau (às vezes, PÉSSIMO) ator, quanto como idiota?



4 comentários:

  1. Na série eles fazem outra citação, bastante dolorosa: O única qualidade dos medíocres é a persistência.

    =/

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  2. não sofro de falta de cultura e não dou minha audiência. comofas?


    enfim, a vida é difícil, cara! haha

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  3. PÁRA TUDO, você tem blog e eu não sabia?! (Avisando que vim aqui por causa do comentário no blog da Fernanda.)

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  4. Oi Ana, vim retribuir a visita e agradecer a dica do filme(não sei se vc viu a resposta lá no Belos e Malvados). Abços.

    Anne

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