A verdade é que Natal é uma data triste, depois de tantas perdas. E nessa época, quem se foi faz mais falta ainda. Porque é inevitável não pensar em como seria se...
Na minha vida adulta acho que meu último Natal que valeu a pena foi em 2004. Fomos tooodos para Juquehy (É, lá mesmo. Onde jogarão minhas cinzas, daqui uns 70 anos). Rolou o amigo secreto que dura mais de duas horas e todo mundo VERDE de fome pra devorar as delícias preparadas pelas tias. Minha noite terminou comigo e meu primo (na época, ambos sem filhos e hoje, ambos pai/mãe de família) conversando no sofá. Nada de baladas com bebeções homéricas. Nenhuma Bielle* do Natal superou aquilo.
Quando eu tinha mais ou menos uns 4 anos e ainda acreditava em Papai Noel (pero no mucho) tivemos um tradicional Natal em família. Achei que o bom velhinho (que nem parecia tão velhinho assim) estava meio magrelo demais. Mas, mesmo assim, fui lá trocar uma ideia, quando ele me chamou. Diálogo:
- Oi Ana Paula, tudo bem?
- U-hum.
- Então. O Papai Noel tem um presente para você.
- =D
- Mas antes, quero saber se você se comportou bem esse ano...
- Sim... *olhos de Gato de Botas do Shrek*
- Tem certeza?
- PORRA PAI, NÃO FODE! Era o que eu diria a ele se tivesse 28 e não 4 anos. Mas só abri o meu - também tradicional BOCÃO - e chorei a noite inteira.
Mesmo assim Bielle, você NUNCA NA NOSSA RELAÇÃO superou isso.
*Bielle, para os leitores não-cascavelenses (maioria, aliás), é a baladinha com mais de 30 anos na cidade. Morei lá dos 15 aos 18.