Não sei se é a idade, situações vivenciadas nos últimos tempos ou apenas SACO CHEIO mesmo. Mas, conversando com um amiga dia desses, percebi que algumas insatisfações dela são semelhantes as minhas. Quando ela começou a falar sobre como pensava em "largar tudo, ir morar no litoral e viver de bolsa família" pois não aguentava mais "trabalhar 7 meses por ano pra pagar imposto e não ter dinheiro pra nada" até a questionei se conseguiríamos levar essa vida mais simples.
Então, em mais um dia daqueles, fui rever Jerry Maguire. Fiz isso há menos de 2 meses, no dia do meu aniversário. Passei as mais de duas horas do filme, praticamente, em prantos. Porém, hoje, chorei menos. E descobri que Cuba Gooding Jr. GRITANDO "Show me the money!!!" é algo que REALMENTE me irrita. Até questionei o Oscar que ele ganhou por ESSA interpretação.
Bom, voltando. Pra quem não lembra, Jerry Maguire é aquele filme com o Tom Cruise em que ele faz um agente de esportes. Em meio a uma crise de consciência, escreve uma declaração de metas. Nela, ele diz algo sobre ganhar menos dinheiro, atender menos clientes e dar mais atenção às pessoas. Na história tudo corre + ou - lindamente e a mãe solteira até casa com o cara de sorriso irresistível!
Romances hollywoodianos a parte, comecei a analisar o que essa amiga disse. E lembrei-me de como penso, nos últimos meses, que o melhor trabalho que tive foi como secretária, no escritório de arquitetura de um casal de amigos. O salário era 1/3 do que eu ganhava em meu último emprego e, mesmo assim, sinto uma falta danada do que fazia lá. Ainda me considero jornalista, acho que vou morrer jornalista. Só ando cansada de ficar buscando incessantemente por algo que, às vezes, nem sei o que é.
Outro dia, Lya Luft escreveu em sua coluna na Veja sobre essa procura, às vezes insana, pela felicidade. Reproduzirei três partes que achei incríveis abaixo. Quem quiser ler a coluna na íntegra, clica aqui ó.
"Na dura obrigação de ser "felizes", embora ninguém saiba o que isso significa, nossos enganos nos dirigem com mão firme numa trilha de contradições. (...) A gente se imagina moderno, mas veste a camisa de força da ignorância e da alienação, na obrigação do "ter de": ter de ser bonito, rico, famoso, animadíssimo, ter de aparecer – que canseira. (...) Então vamos ao nosso grande recurso: a bolsinha de medicamentos. A pílula para dormir e a outra para acordar, a pílula contra depressão (que nos tira a libido) e a outra para compensar isso (que nos rouba a naturalidade), e aquela que ninguém sabe para que serve, mas que todo mundo toma. "
Eu lembro de ter me irritado profundamente com o filme inteiro. Achei a mocinha o total retrato da submissão. Showmethemoney, terrível. Mas o que eu realmente não gosto nesse gênero de filme é a mensagem de que o cara larga tudo e, ironicamente, justamente por isso ele consegue tudo.
ResponderExcluirEu sou a favor de menos pra conseguir maior qualidade de vida, ter outros valores, sentir prazer com o que realmente importa, etc. Mas aí dizer que a gente trabalha menos e acaba ganhando mais não existe. Pelo menos aqui no terceiro mundo.
já eu nem lembro de Jerry Maguáier. não lembro, só lembro das bochechas imensas da Renée. e do menininho fofo que parece o stewart little.
ResponderExcluirenfim.
tô mais com a Pher.
não acho que a vida seja assim não... alguns episódios e tal, mas não é assim. eu entendo o q vc diz sobre ser mais feliz sendo secretária do que vivendo de mágoa por não conseguir fazer o q vc quer ou, ao menos, aquilo pra que se preparou e investiu tanto.
vc bem sabe como me sinto sobre isso, pq faz um tempo já que eu tb falo que 'meu sonho agora é ser secretária'.
reclamo à beça do que eu faço, que eu não vou ter o 'retorno' daquilo que investi, que é difícil e que o mundo não ajuda. mas ei, eu sou feita disso, eu sou essa pessoa...
não saberia fazer diferente.
por isso resolvi apenas reclamar. continuo no meu caminho, reclamando mais, das veiz menos, mas sempre lá. pq no fim, é disso que eu gosto mesmo...