
Éramos um bando incomum. Uma super míope, uma gordinha, outra baixinha loirinha, duas morenas baixinhas, uma excessivamente infantil, porém gostosona e a última a aderir era a linda, que se vestia como um piá (com direito a boné virado pra trás). Nesse núcleo, muita gente passou. Ficaram marcas, algumas mantiveram o contato e chegaram até a dividir o mesmo teto. Mas nunca fugiu muito disso. Sempre esforçaram-se (umas mais, outras nem tanto) para que houvesse continuidade, para que nunca acabasse. Porém, vida que segue, vida que muda.
Na faculdade, a diversidade era ainda mais visível. Do grupo formado por cinco meninas, três bebiam e quatro fumavam excessivamente. Dessas, duas viviam de regime, outra era uma crente nada ortodoxa. E tem aquela que se casou com outra mulher e hoje vive feliz para todo sempre há muitos quilômetros do modorrento Estado do Paraná...
E o fabuloso mundo da internet? Impulsionado pela "facilidade" de fazer um milhão de amigos que o orkut trouxe (e de encontrar o outro milhão perdido, claro), formou-se um bando ainda mais diferente. Advogados, jornalistas, publicitários, arqueóloga, sociólogos, médicos, estudantes... Logicamente que nos recônditos do msn tudo acontecia. E foi incrível o processo que levou alguns que não se curtiam a se amar loucamente e vice-versa... Particularmente, uma das minhas implicâncias mais gratuitas acabou por virar uma GRANDE AMIGA DE FÉ, IRMÃ, CAMARADA. Outras, BFF eu só sei que estão vivas porque, vez ou outra, aparecem online no messenger.

Já sofri muito com esses distanciamentos. Ainda fico chateada com certas coisas, até porque tenho essa tendência matriarcal, de querer juntar as pessoas e mantê-las unidas. Porém, com o tempo, percebi que é natural e até saudável que isso aconteça. Durante o tempo que nos foi cedido, cuidamos uns dos outros, rimos e vivemos GRANDES AVENTURAS. Mas nem sempre é possível continuar com os mesmos companheiros de migração. Às vezes, novos ares, mudam tudo. Para melhor.