Um pé de goiaba, uma colcha estampada e alguns brinquedos espalhados. E esse foi nosso mundo durante muitos anos. Quando chovia, as cadeiras brancas de metal com seus estofados vermelhos, serviam de "armação" para a mesma colcha e ali, na garagem da casa da Rua Presidente Bernardes, montávamos nossa cabaninha. Provavelmente muitos dos melhores momentos da minha vida, passei naquele lugar.
Daqui 8 dias, minha prima-irmã subirá ao altar da igreja, no mesmo lugar onde quero casar um dia. Porque sim, a dama-de-honra aqui sonha com todo esse protocolo. Sim, já tive aquelas fases em que dizia que não ia casar, não ia ter filhos. Ou que, imaginava, aos 25 anos estaria casada, aos 28 seria mãe. Inverti um pouco a ordem das coisas, eu sei.
Casamentos sempre exercem um fascínio em mim. O que vem antes é quase tão divertido quanto cerimônia e festa na minha opinião: gosto da cotação de buffet, bebidas, escolher entre banda e DJ, selecionar músicas, pensar na entrada dos padrinhos, das daminhas, dos noivos... E até no que se pode fazer no chá de panela ou lingerie.
E eu, standard que só vendo, choro em casamentos. Choro só de pensar, de lembrar de tantas histórias, de tantos planos. E choro, claro, de felicidade. Porque são as pequenas coisas que também tornam tudo isso tão maravilhoso: é você se sentir querido, se sentir parte.
Outro dia, li por aí que, no fundo-no fundo (e em alguns, nem tão fundo assim) os homens querem mulheres carentes, afetuosas e submissas. Não sei se por auto-referência ou simples precipitação, todos os seres do sexo masculino foram colocados na mesma panela. Posso até achar que boa parte dos homens pense dessa maneira. Mas sempre existem aqueles que não precisam competir fulltime. Que se somam com suas respectivas. Que ainda me dão esperanças de poder casar com os pés na areia e entrar com AQUELA música rumo ao altar.
E, claro, contradizer a frase-título dessa postagem.